domingo, 1 de março de 2009

WICCA



Hoje um número desconhecido de neopagãos adota os princípios de uma fé popularmente chamada de bruxaria (feitiçaria) e conhecida entre os iniciados como “a prática”. Essa religião também conhecida pelo nome Wicca, uma palavra do inglês antigo que designa “feiticeiro”; pode estar relacionada com as raízes indo-européias das palavras Wic e Weik, que significam “dobrar” ou “virar”. Alguns estudiosos afirmam que esta palavra vem da raiz germânica wit que significa saber.
A religião Wicca, depois de se popularizar na Europa e América do Norte, nos últimos anos vem ganhando grande número de adeptos no Brasil e nas demais partes do mundo.
Portanto, aos olhos dos modernos adeptos da Wicca, as bruxas nunca foram as megeras ou mulheres fatais descritas pelo populacho, mas sim homens e mulheres capazes de “dobrar” a realidade através da prática da magia.
Mas o estereótipo persiste, e as bruxas continuam a ser objeto de calúnia, lutando para desfazer a imagem de companheiras do diabo. Para muitos, a bruxa era, e ainda é, a adoradora do demônio. Isso é uma falsa afirmação!
Bem recentemente, em 1952, o autor britânico Pennethorne Hughes classificou algumas feiticeiras (bruxas) da história como “lascivas e pervertidas”, atribuindo-lhes uma longa lista de pecados reais ou imaginários.
“Elas faziam feitiços”, escreveu, “causavam prejuízos, envenenavam, provocavam abortos no gado e inibiam o nascimento de seres humanos, serviam ao diabo, parodiavam os rituais cristãos, aliavam-se ao inimigo do rei, copulavam com outros bruxos ou bruxas que chamavam de íncubos ou súcubos e cometiam abusos com animais domésticos.”
Diante de tantas acusações, não chega a ser surpreendente o fato de que as palavras “mago”, “feiticeiro” ou “bruxo” e “magia”, “feitiçaria”, ou “bruxaria” continuem a despertar profundas reações. A bruxaria é uma palavra que assusta a uns e confunde a outros. “Na mente do povo”, as bruxas do passado são “maléficas satanistas” que participavam de rituais obscenos.
E a opinião contemporânea não tem demonstrado bondade maior para com as feiticeiras atuais, considerando-as, “membros de um culto esquisito, que não tem a profundidade, dignidade ou seriedade de propósitos de uma verdadeira religião”.
Mas trata-se de fato de uma Religião, tanto para quem a religião é “uma necessidade humana de beleza”, como no sentido que figura no dicionário: “sistema institucionalizado de atitudes, crenças e práticas religiosas”.
Até mesmo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos cedeu às reivindicações dos praticantes da Wicca para que esta fosse considerada como religião válida e, em meados da década de 70, o Pentágono recrutou uma feiticeira, Lady Theos, para revisar o capítulo referente à bruxaria no Manual dos Capelães do exército.
As contribuições de Lady Theos foram atualizadas em 1985, por uma erudita neopagã chamada Selena Fox.
Outro sinal dos tempos pode ser visto nos cartões de identidade dos membros das forças armadas, nos quais as palavras “pagão” e “wiccan” agora aparecem com freqüência, embora certamente em menor número, do que os nomes de outras afiliações religiosas.
Apesar desse reconhecimento e embora a Constituição americana, tal como a brasileira garanta o direito à liberdade de crença, a prática de feitiçaria ainda enfrenta duras críticas e até mesmo uma perseguição premeditada.
Esses ataques naturalmente não se comparam, em escala e em violência, com o prolongado reinado de horror que predominou do século XIV ao XVII, período descrito pelas feiticeiras contemporâneas com “a época das fogueiras”, ou “a grande caçada às bruxas”.
De fato, a perseguição atual é comparativamente até benigna: demissões de empregos, perda da custódia dos filhos, prisão por infrações aos bons costumes, mas causa prejuízos que levaram a alta sacerdotisa da ordem Wicca, Morgan McFarland, a rotular estes tempos como “a era das fogueiras brandas”.


Paz e Luz!


Um comentário:

  1. Gratidão pelas informações compartilhadas. sou iniciante na Wicca e suas infirmações me ajudaram bastante. Abraço!
    Josélia

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